Outro grande investimento está em declínio no sector das viagens, destacando a sua recuperação em andamento após a pandemia de Covid-19. Próso conglomerado de tecnologia controlado pela Naspers, é pagando 1,7 bilhão de dólares adquirir Decolaruma das maiores agências de viagens online da América Latina, para expandir suas operações na região.
O conselho de administração da Despegar aprovou o acordo, que agora será submetido à votação dos acionistas, disse a Prosus em comunicado hoje. Ele espera que o negócio seja fechado no segundo trimestre de 2025.
Com a expectativa de que o PIB da América Latina cresça entre 2% e 3% no próximo ano, a Prosus quer usar o Decolar para aproveitar as maiores economias de escala na região. Já possui a plataforma de entrega de alimentos iFood e Sympla, a resposta da América Latina à Ticketmaster, e juntas terão 100 milhões de clientes nas três propriedades assim que o negócio for fechado.
“Esta aquisição é uma demonstração clara da nossa estratégia de geração de valor através da criação de um ecossistema de negócios complementares de alta qualidade”, afirmou Fabricio Bloisi, CEO do Grupo Prosus, em comunicado. “A Despegar é uma empresa altamente lucrativa, com uma posição de mercado atraente e uma equipe de gestão experiente, o que a torna uma adição natural à nossa presença na América Latina. “Aceleraremos o crescimento da Despegar aproveitando os extensos pontos de contato com o cliente em nosso portfólio.”
Este é um resultado decente para a Despegar, que tem lutado para crescer na última década de convulsões económicas, sociais e de saúde pública na região.
A empresa, com sede na Argentina, está listada na Bolsa de Valores de Nova York e tinha capitalização de mercado de US$ 1,24 bilhão no fechamento do mercado na última sexta-feira. Este acordo, que fará com que a Prosus pague especificamente 19,50 dólares por ação, representa um prémio de 33% em relação a esse preço… mas também é, notavelmente, ainda menor do que a capitalização de mercado que a Despegar tinha no seu primeiro dia de negociação pública em 2017.
Do lado do Decolar, poderia dar à empresa um impulso de investimento no curto prazo.
“Para os nossos clientes, isso significa acesso a um portfólio ampliado de serviços, melhores experiências, maiores benefícios de fidelidade e soluções mais completas e adaptadas às suas necessidades”, afirmou Damián Scokin, CEO da Despegar, em comunicado.
O acordo é um dos mais recentes de uma série de investimentos em tecnologia de viagens e turismo no momento. Mais recentemente, na semana passada, hospedar – que cria software para o mercado privado de arrendamento de curta duração – arrecadou 365 milhões de dólares liderados pela General Atlantic. Acontece que a General Atlantic já foi investidora da Decolar quando ainda era uma empresa privada. Outros patrocinadores ao longo dos anos incluíram Accel, Tiger Global, Sequoia, a gigante hoteleira Accor, TPG e até mesmo Yahoo (empresa controladora do TechCrunch).
A Despegar é uma das maiores e mais antigas marcas de viagens online do mercado e existe de uma forma ou de outra (também controla outra grande marca de viagens da América Latina, a Decolar no Brasil) desde 1999, durante o primeiro boom pontocom.
Atualmente está ativa em cerca de 19 mercados diferentes na região, operando tanto um serviço direto ao consumidor como uma oferta de marca branca utilizada por bancos, companhias aéreas e outros retalhistas que vendem serviços de viagens aos seus clientes.
E sim, ela trabalhou para acompanhar e criou um chatbot conversacional chamado Sofia. Competindo com empresas como o Hotel Urbano, a Despegar afirma ter cerca de 9,5 milhões de transações por ano, o que equivale a 5,3 mil milhões de dólares em reservas brutas, 706 milhões de dólares em receitas e um EBITDA de 116 milhões de dólares (de acordo com os resultados do ano de 2023).