Hoje
(8) se celebra o Dia das Mães. A data serve para enaltecer todos os tipos de
mães, sejam quais forem as configurações de sua família, e valorizar a
diversidade que existe dentro da maternidade. Desta forma, o Jornal que mais
atua, em sua região, na inclusão e democratização da informação e único a disponibilizar
seu conteúdo em LIBRAS, não poderia esquecer das mães que fazem parte da comunidade
surda. Por esta razão, este ano, nós do ED trazemos essa matéria da Hand Talk, startup brasileira fundada em
2012, que foca em fazer bom uso da tecnologia trazendo mais acessibilidade para
o mundo. A empresa oferece dois produtos diferentes, o Hand Talk App, que realiza
traduções digitais e automáticas para Libras e ASL (Língua Americana de
Sinais), e o Hand Talk Plugin, que torna
sites acessíveis para a comunidade surda com traduções para Libras.
A
Hand Talk conversou com duas mulheres surdas, que dividiram um pouco de suas
experiências como mães.
É
importante saber que dentro da própria comunidade surda há uma grande
diversidade. Desde CODAs
(pessoas filhas de pais surdos), até pessoas que se comunicam
principalmente por meio da Libras (Língua Brasileira de Sinais), e pessoas
oralizadas, que podem contar com implantes cocleares e se apoiam na leitura
labial e na fala para se comunicarem. Com isso em mente, trazemos os
depoimentos de Fátima Ducati, mulher surda que usa Libras, e Beatriz Sales,
mulher surda oralizada. Ambas representam diferentes espectros dentro da
comunidade surda, e nos contam de vivências distintas na maternidade.
As
duas mães começaram falando um pouco das dificuldades e barreiras que
enfrentaram por causa de suas deficiências. A falta de acessibilidade na
comunicação já é um problema conhecido há tempos, e a falta de autonomia que isto
causa no momento de participar ativamente das vidas dos filhos é frustrante.
Nas
consultas pediátricas, sempre precisei pedir apoio de outras pessoas, ou até
mesmo da minha filha, para entender o que o médico explicava”, diz Fátima.
Já
Beatriz conta ter vivido adversidades diferentes, ao ser uma mulher oralizada.
A leitura labial definitivamente se tornava uma aliada no momento de se
comunicar, mas não deve ser a única solução para poder participar da criação
dos filhos. A pandemia, por exemplo, se apresentou como um grande obstáculo
nessas situações.
Uma
grande dificuldade que sinto é a da comunicação com máscaras atualmente. Por eu
depender da leitura labial, ela se torna um grande obstáculo”, explica.
Apesar
das perspectivas diferentes, Fátima e Beatriz concordam que deveria haver mais
acessibilidade e inclusão na comunicação com pessoas surdas, principalmente nas áreas médicas e
escolas. Fátima comenta que
temos
muitas informações e tecnologia, mas nada adianta se não contarmos com a boa
vontade e empatia das pessoas em colocar isso em prática”. Beatriz reforça “mais
inclusão em hospitais, e comunicação com os profissionais da saúde!”.
Mesmo
com diversos desafios externos, a vida dentro do núcleo familiar sempre correu
muito bem para ambas, se comunicando por Libras, leitura labial, ou até uma
mescla de ambos.
Eu
amo ser mãe, e ser surda não foi nenhum impedimento para isso”, fala
Fátima.
Já Beatriz, conta mais a fundo como foi a sua experiência como mulher surda oralizada, enquanto o pai de suas filhas é surdo usuário da Libras.
Minhas
filhas são fluentes em Libras, e sempre trabalhei também a prática da leitura
labial. A Libras é muito com o pai delas, e comigo mesclamos a leitura labial.
Essa experiência das duas formas foi muito importante!”.
Todas
as mães têm dificuldades na maternidade, e com as mulheres surdas não é
diferente. No entanto, ainda possuímos um longo caminho como sociedade para
garantir que elas tenham autonomia e recursos de acessibilidade disponíveis
para conseguirem exercer seus papéis como mãe como desejarem, da melhor forma
possível, e sem barreiras causadas pela falta de inclusão.
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