Reproduções
das obras “Gente da Ilha” (1963) e “Brasil em Quatro Fases” (1965) do pintor
modernista Di Cavalcanti estão em exibição, desde esta quinta-feira (30), na
sede da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), no Centro
do Rio. A iniciativa faz parte do Projeto Arte Alerj, uma parceria do
Parlamento fluminense com a Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio
de Janeiro (Funarj). Estas são as primeiras réplicas de uma série de telas,
cujos originais fazem parte do acervo do extinto Banerj, a serem incorporadas à
ambientação do Edifício Lúcio Costa, antiga sede do banco.
A
Alerj aprovou, nesta quinta-feira (30), o Projeto de Resolução 1.392/20, de
autoria original do presidente, deputado André Ceciliano (PT), que concede a
Medalha Tiradentes Post-Mortem ao pintor - Esta é a maior honraria concedida
pelo Parlamento fluminense. A medida será promulgada e publicada no Diário
Oficial dos próximos dias.
Há
muitas formas de representar o povo. A arte é uma das mais belas. O Edifício
Lucio Costa vai exibir algumas das 700 obras do Acervo Funarj/Coleção Banerj,
humanizando e dando um colorido ao ambiente do prédio”, disse o
presidente da Casa, deputado André Ceciliano (PT).
As
obras originais estão expostas no Museu do Ingá, em Niterói. Segundo o
coordenador de Museus da Funarj, Douglas Fasolato, as telas do artista já
instaladas no prédio representam os cenários populares do país.
Uma
traz o cotidiano da Ilha de Paquetá e outra, o Brasil nos seus mais variados
aspectos, desde a chegada dos colonizadores até o período da industrialização
no século XX. O Di Cavalcanti tem esse papel fundamental de representar os
brasileiros como um todo de sua arte, um legado muito importante”, explicou.
Presente
na inauguração, o presidente da Comissão de Cultura da Casa, deputado Eliomar
Coelho (PSB), ressaltou a importância do artista no movimento modernista.
Esse
momento não poderia ser mais oportuno, porque esse é o ano que completa 100
anos da Semana de Arte Moderna. A semana trouxe, exatamente, para este Brasil o
nome de Di Cavalcanti, que começou como ilustrador e que, por muito tempo, foi
invisibilizado devido a sua afrodescendência e por ilustrar temas tão populares
e importantes”,
comentou.
O
subdiretor de Cultura da Alerj, Nelson Freitas, destacou a importância dessa
mostra permanente, em parceria com a Funarj.
O
Projeto Arte Alerj foi iniciado com essas duas obras, mas, em breve, outra virá
compor a exposição. Essas pinturas são uma representação do que foi o Banerj, e
a proposta da Alerj é preservar e disponibilizar ao público essa memória”, disse.
Também
estiveram presentes os deputados Gustavo Schmidt (Avante), Renato Zaca (PL),
Mônica Francisco (PSol), Luiz Paulo (PSD), Waldeck Carneiro (PSB), Dionísio
Lins (PP), Tia Ju (REP), Renan Ferreirinha (PSD) e Dionísio Lins (PP).
Di
Cavalcanti
Emiliano
Augusto Cavalcanti de Albuquerque, conhecido como Di Cavalcanti, foi um dos
maiores ícones do movimento modernista da década de 1920. Além de pintor, ele
foi desenhista, ilustrador, cartunista, caricaturista, muralista, cenógrafo,
escritor, jornalista, poeta e doutor honoris causa pela Universidade Federal da
Bahia. Apesar da influência cubista e surrealista, foi um dos mais típicos
pintores brasileiros pela representação dos temas populares, como o carnaval,
as mulatas, o samba, as favelas e os operários.
Foto: Thiago Lontra
| Texto: Juliana Mentzingen
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